domingo, 28 de fevereiro de 2010

28 de fevereiro

Juventude Clichê : Sem nada na cabeça além de luzes no cabelo e bonézinho Von Dutch. Só acham o que as amigas acham, só leram Código da Vinci e Harry Potter. Se emocionaram com Um Amor Pra Recordar e riram assistindo As Branquelas. Consideram Madonna música antiga e amam RBD. Malhação? Programa obrigatório pra não faltar assunto na hora do lanche. Balada? Psy e Trance. Fim de semana? Shopping. Literatura? Algum trecho de uma poesia de Fernando Pessoa tirado do msn ou fotolog de alguém. Apesar de tudo são seres pretensiosos, barraquentos, filosóficos e sem nenhum pensamento interessante a passar pros outros. Por que as pessoas querem ser assim? –‘ bandiputos

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

15 de fevereiro

Livros, livros, sempre livros . . . Eu posso, com certeza, afirmar que já viajei para vários lugares. Eu conheci a Rússia, Turquia, Londres, Lisboa, Mesopotâmia, Egito, Grécia, Dubai e todos esses lugares excêntricos. E tudo isso sem deixar o meu quarto. É incrível o que os livros podem fazer, é incrível o que eles podem ensinar, incrível também como podem te salvar da realidade catastrófica de vez em quando. Não importa se você é gordo, magro, feio, idiota, sem graça, antissocial, social demais, bobo alegre, um pouco autista, surdo, mudo, chato, enfim, nada disso importa. Os livros vão te amar e clamar por você no instante em que você os abre. Sei que isso pode soar um tanto maníaco e estranho, mas é a verdade. A paixão pelos livros não é só pelo simples fato de que ele é engraçado ou te distrai, não é só isso. A paixão pelos livros, pelo menos a paixão que eu tenho por eles, é porque eles, mais do que qualquer coisa no mundo, sabem explorar o melhor das pessoas sem pressão. A imaginação. E quando percebemos, caímos em suas frases de efeito e horas se passaram, e 59 páginas depois, você não consegue ficar sem imaginar o que vai acontecer no próximo capítulo ou então fica se perguntando por que tais coisas não acontecem com você. Ah, livros, por que são tão viciosos assim?


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

11 de fevereiro

Eu juro que estava indo bem, nessa história de reprimir meus sentimentos. Juro que até havia esquecido um pouco a dor estranha em lugares estranhos. Digo, eu andava sentindo uma dor aguda em lugares que eu não sabia que eram capazes de doer. Vai ver finalmente os cientistas erraram e uma pessoa possa, sim, morrer de coração partido. As coisas estavam simplesmente seguindo seu curso, sabe? Antes, saber que tinha que diminuir tudo causava uma sensação horrível no meu peito, como se alguma coisa faltasse, como se... Eu não sei, como se tudo estivesse errado. Estupidamente errado. As únicas distrações que funcionavam, me deixavam alegres de novo, mas aí elas terminavam e acho que quase sofri de uma séria atrofia nos músculos faciais na falta de sorrisos. Sem falar que nossa relação ficou estranha, você estava desaparecendo. E continuava fugindo, o frio piorou. É. Mas aí eu disse umas boas verdades, foi o que eu fiz. Eu senti falta de você como amigo... isso faz algum sentido? E então tudo estava quase normal, eu consegui deixar as dores de lado, estava até feliz e idiota como sou normalmente. Mas os sonhos... Os sonhos são cruéis. Depois de talvez horas com você em um mundo onde tudo era certo, ela me acertou. A dor voltou como um tiro. Isso! Foi exatamente como um tiro. Mas foi tão estranhamente masoquista gostar daquela dor, era fato que ela estava começando a queimar e talvez destruir as artérias da minha magnânima bomba aórtica, mas eu não ligava. As horas com a sua voz enchendo aquele ar feliz meio distorcido dos sonhos foram tão boas. Saber que pelo menos em algum tipo de universo paralelo, você ia ser meu, era tão bom. Só meu. Embora eu tenha raiva de mim por concordar com você sobre poupar nosso sofrimento, alguma voz no fundo da minha mente grita para ignorar os sonhos, grita para perder esse idealismo de possessão sobre alguém. Acho que as coisas nem sempre acontecem como nos livros, certo? E eu quero dizer os livros de romance, por favor, os céticos que me poupem de comentários chulos sobre livros de suspense ou coisa assim. Talvez seja isso que me corte tanto, essa certeza de que livros são livros e a vida real é apenas a vida real. Eu sei distinguir a importância das duas coisas pra mim, mas às vezes, só às vezes, queria que estivéssemos num livro com um final bonito para nós dois, um final que fizesse as pessoas suspirarem e pedirem o mesmo. Afinal, é isso que eu faço, eu suspiro, invejando e desejando nós dois, o “nós” que somos na minha mente avoada. Não precisamos ser para sempre, sabe, para sempre é muito tempo e somos jovens, mas podíamos ter algo bonito. Eu não sei. E também não faço idéia do motivo para estar escrevendo isso. Acho que a alma sempre anseia pelo que não tem, não é? Eu não tenho você, e por isso, mais do que tudo, preciso de você. Vai entender...


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

9 de fevereiro

Sempre é preciso saber, quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Doi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. o que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. as coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração. e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. deixar ir embora. soltar. desprender-se. ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. encerrando ciclos. não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torne-se uma pessoa melhor e assegure-se de que sabe bem quem você é, antes de conhecer alguém e de esperar que ele veja quem é você. e lembra-se : tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.